quarta-feira, 22 de julho de 2009

El Primo Ingeniero

Conheci uma família fantástica hoje. Um cliente com 5 filhos homens, cada um cuida de uma parte da empresa. Quando soube que eu estava hospedado no centro antigo, pediu a um dos filhos que me resgatasse de lá o quanto antes. É uma zona de prostituição, tráfico e criminalidade e eu estava sujeito a muitos perigos. Realmente, fiquei até meia noite na internet na portaria do hotel, com a porta aberta, sem segurança alguma.

Imediatamente fomos ao Hotel, onde deveria pagar uma diária extra, pos já eram 4 da tarde e a 1a diária fechava ao meio dia. Claro que eu não consegui convencer a recepcionista a me perdoar o valor. Mas, quando avisei ao meu amigo Máicon disso, ele me olhou bem e disse: 'usted se parece conmigo!". Imediatamente ele começou um verdadeiro drama mexicano com a atendente, que acreditou piamente que eu era seu primo do Brasil e tinha que sair do hotel por uma urgência, nossa prima estava doente no hospital. Soluçando, ele conseguiu convencer a menina e me disse, 'primo, baje las maletas, vamos'.

Estou na zona nobre da cidade agora por pouca diferença de preço. Aqui os taxistas não me tratam de Ñaño (tratamento impessoal similar à: amigão parceria, irmão, brother, etc. Quando há mais intimidade, o tratamento é 'Chancho' - que significa Porco). Aqui eles me chamam de Ingeniero (que nada mais é do que chutar o tratamento para uma pessoa vestida socialmente com uma maleta. Afinal, se for médico, advogado, jornalista, qualquer outra coisa, não vai ficar chateado. Engenheiro aqui é posto de muita nobreza).

Um panorama útil: A cidade anda empobrecida, o poder de compra da população se reduziu muito, o número de pobres aumentou. Não há crédito nenhum na praça e os impostos andam muito altos. Hoje fiquei sabendo que muitas pessoas que perderam o emprego começaram a usar seus carros como taxi alternativo, o que eles chamam de 'Taxi Amigo'. Nada diz que é um taxi, é só um carro como qualquer outro passando devagar pelas ruas com o motorista gritando: 'Taxi!!'. Não preciso dizer que o Taxi Amigo dá margem para práticas como extorsão, roubo, estupro, etc. Mas as pessoas ainda assim os escolhem, pois eles em maioria têm taxímetro, o que os licensiados não têm(!!!). Ainda que evidente, o fenômeno Taxi Amigo não é desmantelado pela polícia, pela simples explicação que um taxista licenciado me deu hoje: "Aquí en este país no existe la Ley, aquí existe la Plata." Não comentei nada sobre o que acontece no Brasil, respeitei o sentimento de exclusividade do sujeito.

É provável que não haja um post amanhã. Devo viajar pela noite.

Notas:
- Malhar muito, muito mesmo, minha mala de amostras pesa 26kgs.
- Comprar barras de cereal, passei boas 12hs sem comer hoje.
- Confiar mais naqueles que me chamam de Ingeniero que de Ñaño.
- Confiar ainda mais nos que me chamam de 'Chancho'.

Zardo, despierto, às 20h29min em Guayaquil. Indo tomar banho para trabalhar depois.

3 comentários:

  1. iudashiudhaiushduiashdiuhasd
    SENSACIONAL! cara to rolando de rir meu caro Chancho! realmente o taxista nao conhece o Brasil eim! udhsaiudhiuashdiuhasudih

    saudaaade de vc!
    beeeijo primo :*

    ResponderExcluir
  2. ai Bruno! que cosia!
    mas ninguém tinha te dito?
    que o lugar era perigoso?
    que bom que vc foi resgatado!
    rs

    ;**

    ResponderExcluir