sexta-feira, 31 de julho de 2009

Barranquilla

Wyclef Jean:
Señorita, feel the conga.
Let me see you move like you come from Colombia
Shakira:
Mira en Barranquilla se baila así, say it!

Sim, o post de hoje começa com trecho de "Hips don't lie" - Shakira e Wyclef Jean.
Claro que você, bem como o resto do mundo, pensou que em Barranquilla todo mundo dança na rua mesmo, é um grande carnaval. Engano seu? Não, meu amigo. São 19:29 de uma sexta-feira, há poucos minutos as pessoas estavam bebendo e festejando na rua. Sim, como qualquer boa festa latina que acontece no litoral.

Acordei hoje as 4h e 30 da manhã em Bogotá, 9 graus. Malas prontas, voo das 7h e 30, chegando aa Barranquila às 8h e 40. Temperatura no momento da chegada: 38 graus, ao meio dia, 39 graus. Umidade: 64%. Sim, isso não é nada mais nada menos que Vitória em fevereiro. Na verdade, a rodovia do aeroporto até a cidade se parecia muito com a Lindemberg.

Depois de uma semana, escorreu uma gota de suor pela minha testa. Depois de mais de uma semana, pedi salada no almoço. Depois de não sei quanto tempo, olho pela janela e vejo a praia.

Há um sério preconceito em Bogotá quanto aos 'morenos', habitantes da Costa Atlântica (Barranquilla e Cartagena). Acredita-se que são preguiçosos. Não endosso essa crença sem fundamento, mas confesso que depois de chegar no hotel, a vontade de trabalhar foi zero. Mas, como eu não sou Costeño, nem Bahiano, fui trabalhar mesmo assim.

Já que entramos no assunto 'morenos', dedico uma linha às morenas de Barranquilla. Lindas, e, como se pode imaginar, no calor, elas não andam encapuzadas como em Bogotá.

Amanhã cedo sigo para Medellín. Bela cidade, belíssimas mulheres também.

Um bom fim de semana para quem me acompanha!

Zardo, despierto, às 20h15min de Barranquilla. Indo lanchar, de bermuda e chinelinho.

domingo, 26 de julho de 2009

Leskes e gatas

Fui interrogado por umas mulheres hoje. Me perguntaram porque no Brasil não são todos indígenas e tem gente alta e branca como eu. As minhas aulas de História e Geografia estão me ajudando muito aqui, ao passo que surpreendo as pessoas que pensam que eu sou Engenheiro. O fato de eu ter ido a escola para estudar espanhol também espanta as pessoas. A maioria dos brasileiros que aparecem por aqui desenvolvem um portunhol muito particular, cada um com suas regras específicas.

Hoje entrei no taxi e quando percebi, estava em Vila Velha. Estou certo de que estive no Ibis, Aribiri e Atalaia hoje, incluindo os quebra-molas, ciclistas e ruas esburacadas. Na volta pro Hotel, em 30 minutos, estava no bairro universitário. Não se parece com Jardim da Penha. É uma universidade particular muito elite, cujos alunos são mauricinhos que ostentam as mesmas marcas que são ostentadas pelos mauricinhos no Brasil: Volcom, Oakley, Quicksilver, etc. A globalização chegou aos lelexks. Mas as gatas, assim como as nossas, também malham.

Os dias em Bogotá estão acabando. Uma pena, é uma cidade muito agradável e de gente incrivelmente receptiva e divertida. A carne é uma delícia também. Bem, o trabalho só cresce e o tempo para os posts anda curto.

A alimentação segue um padrão. Saí da fase hamburguer para a fase Pizza. Não sei o que vou fazer em seguida. Cachorro-quente?

Previsão de retorno ao Brasil: 14 de agosto.

Notas:
-Mandar roupas para lavar.
-Comprar passagens.

Quebrando mitos

Hoje falei como pobre na chuva. Demonstrei meus conhecimentos sobre geografia, demografia e história do Brasil. Claro que o mais difícil foi responder à pergunta: 'Hay miséria en Brasil?'. Sentir-se líder regional, industrializado, gigante econômico e geográfico é sempre uma massagem no ego, mas quando temos que olhar para a banda podre, aí complica. Como eu não estou a serviço do governo, pude falar a verdade. É triste ver a expressão de decepção das pessoas. Quando eu expliquei sobre a Bolsa-Família, o choque foi generalizado e cheguei a ouvir que isso deveria ser constitucionalmente proibido, que isso é mera estratégia de reeleição.

Aqui, Uribe acertou em agir energicamente. Desde a queda do Cartel de Cali em 1998, o país nunca foi tão seguro. Claro que o tráfico segue, assim como a guerrilha, mas é muito mais organizado. Os suspeitos agora são jovens bem educados, que falam muitas linguas e possuem dinheiro no exterior. Será que isso explica a implicância comigo no aeroporto? A Federal desse país sempre encrenca comigo, mas eu acabo fazendo amizade com os cães-de-guarda.

Foi um dia cheio. Cheguei às 20h30min no hotel. Novo hotel, com cozinha e sala. Amanhã a agenda é ainda mais cheia. Na tv, Senhora do Destino dublada em espanhol. Os nomes são sensacionais, não preciso dizer que Nazareth se chama Lucrécia. Bem, tenho que tirar o chapéu para a dramaturgia brasileira, as novelas colombianas parecem testes para Malhação.

Notas:
- Nunca mais pedir 'Coca', dizer coca-cola ou pecsi (assim se fala pepsi aqui).
- na próxima, pedir meia parrilla, nao aguento com 500g de carne.
- na próxima viagem, trazer todos os remedios que tiver em casa. Como eu queria um Dorflex.

Zardo, despierto, às 23h20min de Bogotá. Abaixando a cabeça para domir, em cima do teclado mesmo.

La Hermosa Bogotá

Enfim, Bogotá. Apesar de verão, a altitude e os ventos em alta velocidade nessa época do ano criam uma sensação térmica entre 15 a 10 graus. O hotelzinho não tem placas, a idéia é imitar uma grande residência, especializada em atender estrangeiros. Sensacional. Muito confortável. Pena que a internet só funciona no saguão. Amanhã mudo para outro.

Aqui os taxis são regularizados, têm taxímetro, há muito policiamento nas ruas. Há revistas para se entrar nos Shoppings. Taxi amigo é expressamente proibido. Parece que muito disso melhorou nos ultimos anos. Não preciso dizer que sou pró-Uribe, mesmo porque a construção civil cresceu muito e a economia anda muito mais estável. Claro, há ainda muitas mazelas, mas é muito superior ao que o Chavismo foi capaz de fazer com o Equador.

Eu não sou necessáriamente um gringo aqui até abrir a boca, o fenótipo é muito variado. Fui ao cinema sozinho, com direito a piadinhas do lanterninha.Harry Potter (VI?) é um grande disperdício de dinheiro, que filmezinho vagabundo. Pelo menos tinha Helena Bonham Carter e Alan Rickman. O filme seria infinitamente melhor se o Johnny Depp fizesse o Harry Potter.

Não dormi nada essa noite, estou tentando colocar coisas em dia por aqui, mas não tá nada fácil. Cansaço, saudade dos amigos e da família. Amanhã é segunda-feira e o agito faz esquecer isso tudo.

Ah, ontem a noite consegui encontrar uma Brahma no postinho em Guayaquil. Cheguei no hotel tomando Brahma e, para a minha surpresa, tocava Bossa Nova. Não sei porque surpresa, Bossa Nova toca em todo lugar no Equador. Tocou durante uns 30 mintuos hoje no aeroporto. Importa que o Brasil aqui é visto como potência regional e esse reconhecimento popular já é um grande passo, certo, meu amigo Onuf?

Notas:
-Mudar de hotel bem cedo.
-comprar passagens para Barranquilla.
-organizar agenda Medellin.
-parar de tomar coca-cola e red bull, eu já to citando Onuf.

Zardo, despierto, graças à muita cafeína, as 19h54min em Bogotá. Indo pro quarto.

sábado, 25 de julho de 2009

País Gordelícia

Nos EUA, a mulher ideal tem a cintura fina e seios fartos. No Brasil, pernas grossas e bunda grande, na maioria dos países da Europa, a magreza impera como padrão. Aqui no Equador, a mulher gostosa é a mulher Gordelícia. Comecei a notar nos outdoors que as mulheres tinham uma pochetinha, percebi nas revistas que as modelos tinham uma 'pancinha natural' e vi que as gatas nas ruas todas preservam um pneuzinho, que, claro, varia com a idade e estatura, afinal, quanto mais baixa, mais difícil ser magra. Enfim, em vez de tentarem ser a Giselle Bundchen, a mulherada aqui é gordelícia convicta. E, como não deveria ser diferente, a homarada curte. Ah, elas tem sua simpatia e seu valor. E, claro, considerando que nas noites de verão a temperatura é 12 graus, mete um casaco e tá gata. Viva as Gordelícias!

Hoje o dia foi mais tranquilo, não tirei foto de vulcão nenhum, nem de nada. Passei algumas horas no Mc Donalds para usar a internet e descobri que criança é igual no mundo todo: Só come aquela merda de cheeseburguer magro e sem gosto pra ganhar aquele brinquedo sensacional que vem na 'Cajita Feliz'. Além disso, elas não tem noção da potência de suas vozes.

Aprendi que é possível embarcar no voo anterior se vc quiser, é só fazer check in e pedir pra trocar que tá legal. Burocracia zero, sensacional. Sim, voltei para Guayaquil. Saio do hotel as 3 e 30 da manhã para pegar o voo das 6h para Bogotá. Finalmente um lugar conhecido, um hotel conhecido. Contando nos dedos os dias para Medellín. Equanto não chega, tem festa nas ruas de Guayaquil, será que aqui também tem arrastão?

Me despeço do Equador na possibilidade de voltar em breve. Será que eu acho uma Brahminha em algum lugar dessa cidade?

Zardo, despierto, às 19h04min de Guayaquil. Saindo para ver pessoas na rua.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Quito da Bandeira

Para que alguns de vocês se sintam na minha pele, proponho uma comparação. O Pico da Bandeira, divisa entre o estado de Minas Gerais e o Espírito Santo possui, em seu ponto mais alto, 2.891,98 metros de altitude. San Francisco de Quito, a segunda capital mais alta do mundo, está a 2. 850 metros de altitude. Digamos que eu cruzei uma cidade que fica no pico da bandeira, umas cinco vezes hoje com uma mala de 26kg. Tirando isso, a cidade é muito organizada, bonita, desenvolvida, as pessoas são educadas e os taxistas são acostumados a tratar bem estrangeiros. De dia faz calor, por volta de 23 graus, mas a temperatura cai 10 graus entre as 18h e 20h.

Fiquei uma vez mais sem almoço e terminei comendo McLixo, na verdade, Lixo King. Conheci no shopping hoje uma tribo interessante demais, os Emo-índios. Imagina, aquele grupinho de baixa estatura, adolescente, com uma franja sensacional caída na cara, de all star e roupas escuras e xadrez. Uma criança, do outro lado, gritava, com um palito na mão: "Expeliarmus". Milton Santos e sua globalização...ele realmente sabe o que fala.

Amanhã vou tentar tirar boas fotos dos vulcões. Sigo para Guayaquil às 17h30min e, domingo às 6h da manhã vôo para Bogotá. Gostaria de trabalhar hoje, mas a mente humana tem limites, a minha tem muitos na sexta-feira a noite.

Zardo, despierto, às 21h37min de Quito. Indo assistir a Los Simpsos.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Quito, Brahma e TV Globo.

Dia pesado. Raiva, cansaço e alívio.
Mais um dia de superzise me, refeição única: Hamburguer e Coca-Cola.
Consegui me abstrair por alguns minutos e refletir sobre a antropologia local. A cidade de Guayaquil parece conservar os conquistadores brancos europeus nos postos de maior prestígio e remuneração, enquanto os índios compõem a massa. Os negros, segundo me disseram, ficam em um gueto, ilhado da cidade.

Os taxistas, em geral, se aproveitam do fato de que não há taxímetro e de que estou sempre atrasado. Extorsão sempre. Um deles me cobrou um dólar a mais pq teve que trocar uma nota de 20 dólares para me dar o troco. Segundo ele, paguei o tempo dele ao tentar trocar a nota.

Hoje lembrei-me de Patrício, meu ex-professor de español equatoriano, que usava meio pote de gel por dia no cabelo. Isso é 100% liberado aqui. E parece que é a cidade uma grande festa a fantasia onde todos competem para ser a melhor cracatua. É uma sociedade foot loose.

Cansado, entrei no avião para Quito às 20h. Antes de me sentar, ouvi o comandante dizer que estávamos em um Embraer. Alívio: Airbus cai, Embraer não. Me sentei, e eu não cabia na cadeira. Maldita Embraer. Em 30 min cheguei a Quito, desci do avião e parecia que eu mergulhava numa piscina de água fria. 13 graus, não conseguia respirar a 2.800m de altitude. Depois de caminhar 50 metros, perdoei o Fluminense por ter perdido a Taça Libertadores 2008 em Quito. Não há como correr 10 metros e depois ainda chutar uma bola nesse lugar.

O Hotel é uma beleza, tem academia, internet de alta velocidade e, pasmem: Brahma e Rede Globo. O episódio de Som e Fúria de hoje foi sensacional. Sobre os negócios, basta dizer que vou precisar voltar ao Equador. Isso significa estender a viagem, sim.

Notas:
-Comprar alguns potes de gel. Tá liberado.
-Ligar para o Murilo no fim de semana. Desejar uma boa recuperação.
-Não esquecer de assistir Som e Fúria amanhã.
-Trabalhar, trabalhar, trabalhar. Férias é para os fracos.

Zardo, parcialmente despierto, as 23h24min de Quito.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

El Primo Ingeniero

Conheci uma família fantástica hoje. Um cliente com 5 filhos homens, cada um cuida de uma parte da empresa. Quando soube que eu estava hospedado no centro antigo, pediu a um dos filhos que me resgatasse de lá o quanto antes. É uma zona de prostituição, tráfico e criminalidade e eu estava sujeito a muitos perigos. Realmente, fiquei até meia noite na internet na portaria do hotel, com a porta aberta, sem segurança alguma.

Imediatamente fomos ao Hotel, onde deveria pagar uma diária extra, pos já eram 4 da tarde e a 1a diária fechava ao meio dia. Claro que eu não consegui convencer a recepcionista a me perdoar o valor. Mas, quando avisei ao meu amigo Máicon disso, ele me olhou bem e disse: 'usted se parece conmigo!". Imediatamente ele começou um verdadeiro drama mexicano com a atendente, que acreditou piamente que eu era seu primo do Brasil e tinha que sair do hotel por uma urgência, nossa prima estava doente no hospital. Soluçando, ele conseguiu convencer a menina e me disse, 'primo, baje las maletas, vamos'.

Estou na zona nobre da cidade agora por pouca diferença de preço. Aqui os taxistas não me tratam de Ñaño (tratamento impessoal similar à: amigão parceria, irmão, brother, etc. Quando há mais intimidade, o tratamento é 'Chancho' - que significa Porco). Aqui eles me chamam de Ingeniero (que nada mais é do que chutar o tratamento para uma pessoa vestida socialmente com uma maleta. Afinal, se for médico, advogado, jornalista, qualquer outra coisa, não vai ficar chateado. Engenheiro aqui é posto de muita nobreza).

Um panorama útil: A cidade anda empobrecida, o poder de compra da população se reduziu muito, o número de pobres aumentou. Não há crédito nenhum na praça e os impostos andam muito altos. Hoje fiquei sabendo que muitas pessoas que perderam o emprego começaram a usar seus carros como taxi alternativo, o que eles chamam de 'Taxi Amigo'. Nada diz que é um taxi, é só um carro como qualquer outro passando devagar pelas ruas com o motorista gritando: 'Taxi!!'. Não preciso dizer que o Taxi Amigo dá margem para práticas como extorsão, roubo, estupro, etc. Mas as pessoas ainda assim os escolhem, pois eles em maioria têm taxímetro, o que os licensiados não têm(!!!). Ainda que evidente, o fenômeno Taxi Amigo não é desmantelado pela polícia, pela simples explicação que um taxista licenciado me deu hoje: "Aquí en este país no existe la Ley, aquí existe la Plata." Não comentei nada sobre o que acontece no Brasil, respeitei o sentimento de exclusividade do sujeito.

É provável que não haja um post amanhã. Devo viajar pela noite.

Notas:
- Malhar muito, muito mesmo, minha mala de amostras pesa 26kgs.
- Comprar barras de cereal, passei boas 12hs sem comer hoje.
- Confiar mais naqueles que me chamam de Ingeniero que de Ñaño.
- Confiar ainda mais nos que me chamam de 'Chancho'.

Zardo, despierto, às 20h29min em Guayaquil. Indo tomar banho para trabalhar depois.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Podrão em Guayaquil

É uma cidade bem mais bonita do que eu esperava. Humidade absurda, calor de 28 graus.
Quase tudo é similar às cidades Colombianas, exceto pelo fato de que a moeda corrente é o dólar.

Acabo de encontrar a felicidade nesse lugar. Chama-se Hamburguesa Especial (com queijo, presunto, ovos, bacon, batatas fritas, repolho, maionese e katchup caseiros) e vende numa portinha na av. Quito chamada Yogurt. Sensacional: O combo me custou USD 2,00.

Fui recebido por um Local oportunista no aeroporto e, apesar de ter percebido desde o início, resolvi usar de seu serviço de acessoria assim mesmo. Meu 'asistente', como se autobatizou, chama-se Jaime e seu fiel capanga é Javier, o Taxista. Para a minha sorte, o sujeito realmente me trouxe a um Hotel no centro, de tarifa razoável e boas acomodações, me levou pra comprar um celular, créditos e o lanche fenomenal, que comemos ali na av. Quito mesmo, em pé, trocando uma idéia sobre as maravilhosas mulheres brasileiras. Ainda ficou de me apresentar umas 'amiguitas que tienen buen precio y son muy hermosas'. Esse é o povo latino em tempos de crise...

Há muito o que organizar ainda por aqui.

Notas:
- Pré-negociar preços com taxistas.
- Comprar bateria para o relógio velho. Não há alarme melhor que do meu nokia de USD 30,00.
- Procurar um repelente, não sei do que esses mosquitos são capazes.
- Não chamar nenhuma mulher nesse país de amiguita, elas podem se ofender.

Zardo, despierto, às 23h 22min em Guayaquil. Seguindo para o quarto em 30 min.

Guarulhos

São Paulo é uma beleza.
Estranhamente mais frio do que aqui nos Andes, o taxi é caro, a comida é cara e tudo é longe.
Fiz amizade com uma Hondurenha que faz medicina na UFES e voltava para casa. O pai dela, assim como outros 5 dos 7 tios estudaram medicina no Brasil. A conclusão dela é que: "Os alunos de MedUfes são metidos e se acham muito inteligentes." Que coisa, não?

Também fiz amizade com o taxista, com quem aprendi muitas coisas, como gírias de São Paulo, bons lugares para se ir à noite e que lá: Balada é Boate e Boate é Puteiro. Entenderam? Diferente do taxista em Bogotá, que era pesquisador da Universidad Católica, esse era só Corinthiano mesmo. Então, o assunto não evoluiu tanto.

Não satisfeito, fiquei no msn até as 3 da manhã resolvendo problemas na China e discutindo assuntos muito relevantes com Cazzotto, como A Ida do Homem à Lua.

Notas:
-Não viajar mais vestido como um skatista. Nem os taxistas te levam a sério.
-Não confiar em recepcionistas de hotel para te acordarem as 5 da manhã.
-Comprar um relógio com um bom alarme.
-Não rir alto, nunca mais, das pessoas neuróticas usando máscaras para se protejer da Gripe Suína.

Zardo, despierto, às 14h 20min em Santiago. Seguindo para Guayaquil em 35 minutos.

DESPIERTO

Boa Tarde de Santiago.
Aqui fazem 12 graus célsius.

A primeira postagem é instrutiva. Como um bom manual, ela começa por dizer quais não são as funções e intenções do blog e termina apresentando os reais objetivos.
Como bem me ensinou meu orientador, "blog não tem objeto, não é monografia, vai escrevendo e vê no que dá." Depois disso, minhas pretensões se reduziram muito e o conteúdo inicial dessa página foi gerado em delírios ocorridos nas turbulência do vôo guarulhos-santiago, depois de suco de laranja, chá-preto e uns três copos de vinho chileno vagabundo.

Minhas pretensões, antes um estudo científico-jornalístico-acadêmico-pretensioso e impraticável da opinião dos povos latinos sobre política externa para a américa latina, foram se modificando para um blog bem pessoal, que me serve de:
1. Diário de Bordo. Assim eu lembro de coisas que aconteceram e preciso aprender para as próximas vezes.
2. Meio simples de comunicação com amigos e família no Brasil. Explico: ontem fiquei até as 3 da manhã no msn com amigos enquanto deveria estar trabalhando.

O projeto é postar diariamente comentários sobre a viagem e, assim, provar às pessoas que estou vivo. Na verdade, eu sei que duas pessoas vão acompanhar o blog, pelo menos nos primeiros dias, Maria e minha mãe.

Em breve o post sobre ontem.